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21 junho 2021
17:14
Agência Lusa

Ministra da Saúde quer "ganhar tempo" com vacinação para conter variante Delta

Ministra da Saúde quer "ganhar tempo" com vacinação para conter variante Delta
LUSA
Marta Temido admite que a variante Delta do vírus vai tornar-se dominante em Portugal.

A ministra da Saúde admitiu hoje que a variante Delta do coronavírus SARS-Cov-2 se tornará dominante em Portugal e disse que a estratégia é acelerar a vacinação contra a covid-19.

"O que estamos a assistir é a uma predominância da variante (Delta, inicialmente detetada na Índia) na região de Lisboa e estamos a tentar que entre nas outras regiões do país numa fase em que as pessoas estão já mais protegidas pela vacinação. O objetivo neste momento é ganhar tempo para mais pessoas estarem vacinadas", afirmou Marta Temido em declarações à margem da tomada de posse da nova direção da Associação Nacional de Farmácias (ANF), agora presidida por Ema Paulino.

"Estamos a fazer um caminho e precisamos de ganhar tempo para que novas variantes possam ser mais controladas", disse Marta Temido, reconhecendo o contexto de "contraciclo" de Portugal em relação ao resto da Europa ao nível da incidência de novos casos de covid-19 e do risco de transmissibilidade (Rt), justificando-o com o tempo já decorrido desde o início do desconfinamento, em março, e a "prevalência bastante elevada" da variante Delta do SARS-CoV-2.

Marta Temido reforçou que "não basta a vacina estar administrada", ao lembrar a necessidade de toma das duas doses nas vacinas com esse esquema vacinal e ainda o prazo de sete dias após a segunda toma para que a proteção seja efetiva. Nesse sentido, realçou a importância da manutenção das medidas de proteção.

"É importante referir que temos hoje vacinas, uma capacidade de testagem e conhecimento sobre a forma de transmissão de que não dispúnhamos há um ano. Contudo, as medidas não farmacológicas nesta fase de transição podem ainda ser necessárias", indicou, apelando para a "paciência" dos portugueses para "uma batalha que ainda vai ser longa".

Marta Temido lembrou também o impacto que o recrudescimento da pandemia nesta fase tem na imagem de Portugal a nível europeu.

"É um problema ainda não conhecermos todos os efeitos que a doença tem no médio e longo prazo -- e temos de prevenir infeções -- e é também um problema da imagem do país, que tem repercussões económicas e na nossa forma de vida social, num contexto em que a maioria dos países europeus estão com números de decréscimo de infeções. Evidentemente que esta situação de contraciclo em que o país está nos é desfavorável", disse a ministra.

Em Portugal, morreram 17.068 pessoas em 865.806 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.