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14 setembro 2021
19:00
Tânia Paiva

Qual é o saco de compras mais amigo do ambiente?

Qual é o saco de compras mais amigo do ambiente?
Zibik; Gaelle Marcel; Roberta Errani; Maria Lin Kim; Nico-Smit; Markus Spiske/Unsplash
A DECO testou nove tipos de sacos de compras e apresentou resultados que podem surpreender algumas pessoas.

A DECO realizou um estudo, em parceria com as suas congéneres, as associações de Defesa do Consumidor da Bélgica, Itália e Espanha com o objetivo de identificar quais os sacos de compras mais amigos do ambiente e quantas vezes temos de os utilizar para ser considerada uma opção realmente mais sustentável. 

Estas são as conclusões divulgadas pela DECO Proteste e que resultam deste estudo que pretende ajudar os consumidores a fazerem opções com menos impacto ambiental, cada vez que vão às compras:

Saco de compras de rodinhas/trolley:

Se conseguir garantir que utiliza este tipo de saco mais do que 742 vezes, ou seja, durante dois anos e 15 dias se for às compras todos os dias, então esta "é a opção a considerar caso vá às compras a pé e não utilize mais sacos. Este tipo de sacos tem maiores impactos ambientais ao longo de todo o ciclo de vida, desde a produção até ao destino final, nomeadamente ao nível de impactos nas alterações climáticas e toxicidade humana", revela a DECO em comunicado. 

Créditos imagem: Zibik/Unsplash

Saco de pano, de algodão ou de algodão biológico:

Se a sua opção for um saco de algodão terá de o utilizar 101 vezes para ser considerada uma alternativa mais sustentável, é o mesmo que dizer que tem de o utilizar ao longo de três meses e duas semanas caso vá às compras diariamente ou ao longo de um ano se for ao supermercado duas vezes por semana

Se o algodão do seu saco for biológico tem de o utilizar mais vezes, ou seja, pelo menos 149 vezes, isto significa que só será uma opção amiga do ambiente se o utilizar diariamente ao longo de quase cinco meses ou durante um ano e meio se for às compras duas vezes por semana. Se por acaso só tem por hábito ir às compras uma vez por semana, então este tipo de saco terá de durar quase três anos. 

A razão pela qual um saco produzido com algodão biológico tem de ser mais vezes utilizado para ser mais sustentável deve-se ao facto da "substituição dos fertilizantes e pesticidas [que não são utilizados na produção de algodão biológico] resultar na necessidade de aumento da área de cultivo em cerca de 30%", explicam os responsáveis da DECO por este estudo. 

Gaelle Marcel/Unsplash

Sacos de polipropileno/plástico, de poliéster e de papel:

Os sacos de polipropileno (PP) têm de ser usados até quatro vezes e os de poliéster até três vezes para que sejam mais sustentáveis. "Surpreendentemente, um saco de plástico tem uma pegada ambiental menor do que um saco de papel com o mesmo número de utilizações. O papel terá que ser usado até nove vezes para igualar a utilização do saco plástico. Este último tem de ser usado apenas uma ou duas vezes, dependendo se tem, ou não, material reciclado na sua composição."

Roberta Errani, Maria Lin Kim, Nico-Smit/Unsplash

Sacos reutilizáveis em poliéster para transportar fruta:

Passou a ser uma opção que já é possível encontrar à venda em muitos supermercados, os sacos reutilizáveis em poliéster para transportar fruta, e que servem para substituir a quantidade de sacos individuais transparentes que utilizamos de forma massiva para colocarmos fruta ou legumes. 

Neste caso, se forem simples, dez utilizações bastam para que os impactos ambientais sejam inferiores face à utilização de sacos de plástico de uso único, mas, "se tiverem uma fita colorida (com utilização de tinta ou corantes), já precisam de ser utilizados 98 vezes. Caso opte por um saco de algodão para a fruta, então, deverá utilizá-lo 952 vezes", ou seja, o estudo conclui que se deve evitar a compra de sacos de algodão a não ser que seja para reutilizar por vários anos. 

Markus Spiske/Unsplash

Isto significa que devemos passar a utilizar apenas sacos de plástico?

“Não defendemos a utilização do plástico, nem tudo é assim tão simples, defendemos sim, a máxima reutilização do tipo de saco que se escolhe. Cada consumidor, de acordo com o seu perfil, deverá fazer a sua escolha, o nosso estudo ajuda exatamente nesse ponto, a fazer uma escolha consciente”, afirma Elsa Agante, Team Leader de Energia e Sustentabilidade, da DECO Proteste.

Os responsáveis por este estudo chamam à atenção para o facto de na avaliação dos diferentes tipos de sacos haver vários critérios a ter em conta, "desde os materiais utilizados na confeção, a utilização ou não de materiais reciclados, uso de tintas e corantes, se foram colados ou cosidos, se são biodegradáveis ou compostáveis e entre outros fatores, qual o país onde foram produzidos, se mais próximo ou mais distante."

Elsa Agante insiste “a regra deve sempre ser, a máxima utilização e o bom senso de cada um, para que se consiga um equilíbrio entre as nossas necessidades e as do planeta”.