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08 junho 2023
10:33
Silvia Mendes

Djavan no Coliseu de Lisboa: uma noite "acariciada pela emoção"

Djavan no Coliseu de Lisboa: uma noite "acariciada pela emoção"
Rúben Viegas
O artista brasileiro deu o primeiro concerto da série de três espetáculos que agendou para Portugal.

Ontem à noite, o Coliseu de Lisboa foi o lugar das canções do brasileiro Djavan. Quem esteve na sala lisboeta ouviu as canções com mais idade mas também pôde sentir ao vivo alguns temas do mais recente "D" - álbum ainda fresco que chegou para amplificar uma ideia promissora de bonança tão necessária no rescaldo do trauma mundial que foi a pandemia. 

"D" é o 25º disco do cantor, compositor e produtor e, segundo o próprio, tem como propósito alumiar os cantos mais escuros do mundo. "É um disco solar, para quebrar o obscurantismo", contava o músico à imprensa quando apresentou o novo trabalho que saiu em 2022.

Djavan abriu esta digressão em casa. Maceió, Alagoas, Brasil, foi a marca de partida do circuito que, depois das duas datas no coliseu lisboeta, ainda vai passar pela Super Bock Arena, no Porto, a 10 de junho. 

Passavam poucos minutos das 10 da noite, quando o cantor subiu ao palco, momentos depois ouvirmos, pelas colunas, uma extensa e cordial apresentação de toda a equipa envolvida no espetáculo. 

Djavan, vestido com uma túnica branca, entrou em cena debaixo de um entusiasmado aplauso e com a guitarra nos braços. 'Curumim', do álbum homónimo que soltou para o mundo em 1989, foi a primeira do alinhamento de mais de vinte canções, que o brasileiro teve a gentileza de oferecer ao público português que não via desde 2019. A ode à cultura indígena, somada a um apelo urgente à proteção da Terra abriram o espetáculo. A mensagem, que se ouviu antes também através das colunas, sublinhava a importância do "direito à vida, conquistado na base da natureza e da ancestralidade".

Ao longo da noite, o Djavan foi picando os álbuns que ajudaram a moldar, com narrativa e solidez na forma, mais de 45 anos de carreira. "Boa noite, Lisboa", disse o artista nordestino, saudando a sala pela primeira vez. "Espero que passemos uma noite maravilhosa. Espero me divertir bastante e corresponder à expectativa de vocês", acrescentou.


'Avião e Flor de Lis' (que o músico colou) antecederam mais uma novidade e voltaram a dar voz ao público, que cantou irrepreensivelmente, quase sem fôlego, as canções mais conhecidas do vasto catálogo que Djavan assina. Veio depois a otimista e recente 'Num Mundo de Paz', tema que "apregoa a que a gente volte a rir de tudo e que a vida seja longa". 

O "sacramentado" 'Meu Bem Querer' e a baladona 'Oceano' levaram o tom do espetáculo para um lugar de súplica romântica, agora com o músico sentado, a segurar a guitarra acústica, somente com um foco de luz a ornamentá-lo com refinada simplicidade. Ovação de pé no final. Ouviram-se canções como 'Iluminado', 'Luz', 'Tenha Calma' e 'Sem Você', esta última com o fim cantado a capella. 'Tanta Saudade' meteu toda a gente de pé, a dançar, e os mais atrevidos saltaram dos lugares para a zona da frente. 

Mais uma fornada de êxitos para a reta final. 'Se', 'Samurai' e 'Sina' foram as três escolhidas para o rumo que se fez até ao encore. Djavan serviu-as com o espírito ao alto, animado, a rodopiar e a dar a mão a quem estava na primeira fila. Foi ainda o momento para apresentar a sólida banda que o acompanha.

"Obrigado, gente", disse o artista de 74 anos antes de regressar ao palco para ainda cantar 'Pétala' e 'Lilás'. "Sexta e sábado tem mais. Obrigado", reforçou Djavan antes da vénia coletiva de agradecimento de todos os que estiveram em cima do palco. Amanhã, dia 9 de junho, o músico volta a atuar no Coliseu dos Recreios, antes de seguir rumo ao Porto onde atua no dia a seguir.

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