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05 dezembro 2023
09:50
Agência Lusa

USF alertam para dificuldades em alguns exames nos prestadores convencionados

USF alertam para dificuldades em alguns exames nos prestadores convencionados
Pedem uma atenção redobrada para que se resolva este problema.

A Associação Nacional de Unidades de Saúde Familiar (USF-AN) alerta para as dificuldades cada vez maiores de se encontrarem prestadores convencionados para as ecografias obstétricas e para as espirometrias, com o doente a ter de pagar muitas vezes na totalidade.

Em comunicado, a USF-AN chama a atenção para a "dificuldade cada vez maior" de se encontrarem prestadores convencionados para a realização das ecografias obstétricas, pedindo uma atenção redobrada para que se resolva este problema.

Alerta também para o facto de ser igualmente cada vez mais difícil a realização de espirometria -- que mede a quantidade de ar que uma pessoa é capaz de inspirar ou expirar a cada vez que respira -- nos prestadores convencionados e questiona a utilidade deste exame com a frequência solicitada.

"O utente está muitas vezes sujeito a pagar o preço da espirometria na sua totalidade", acrescenta.

No comunicado, a USF-AN questiona também o peso de alguns indicadores considerados no Índice de Desempenho de Equipa (IDE), com o qual se define a compensação pelo desempenho nestas unidades.

Entre as ponderações contestadas pela associação está a atribuição de 20% do IDE aos custos com Meios Complementares de Diagnóstico e Terapêutica (MCDT) e prescrição de medicamentos, dizendo que pode levantar questões éticas.

"Perante a complexidade de variáveis na abordagem individual das necessidades de cada utente, estar a centralizar a atenção em aspetos financeiros pode levar, em última análise, a questões éticas e mesmo legais", refere.

A USF-AN considera que as normas orientadoras da Direção Geral da Saúde (DGS) "estão obsoletas" e, por isso, não acompanham o aparecimento de novos fármacos e sublinham o volume de pedidos de transcrição de MCDT e prescrição farmacológica, na rede de prestadores, "por manifesta incapacidade hospitalar" o que faz recair a prescrição nos profissionais dos cuidados de saúde primários.

"Numa lógica de relação de proximidade e para não comprometer o plano de cuidados e o percurso do utente no sistema de saúde, muitas vezes aceitam fazer, assim, aumentar esses custos à sua atividade", sublinha a associação, pedindo uma correção desta ponderação.

Quanto aos "internamentos evitáveis", sublinha que se trata de um indicador complexo e de monitorização difícil, pelo que pede uma reflexão sobre a sua ponderação, para que esta traduza "com honestidade" o papel dos cuidados de saúde primários na mais-valia para o utente e para o sistema.

A associação pede ainda que sejam revistas as incompatibilidades do regime de dedicação plena para permitir que quem tenha ascendentes de 1.º grau com participação superior a 10% numa entidade privada convencionada com o Serviço Nacional de Saúde possa aceder ao regime.

"Verificámos que existem colegas que não fazem atividade privada e que, por causa dessa norma, não poderão integrar uma USF, o que nos parece exagerado", refere a nota.

A USF-AN defende igualmente que na legislação a publicar haja referência ao que se vai passar com os incentivos institucionais anteriormente ganhos pelas equipas e também sobre como se vão compensam as equipas pelos incentivos institucionais não ganhos desde 2017, "por falha na publicação de legislação da responsabilidade dos Ministérios da Saúde e Finanças".

Considera igualmente que o calendário previsto para a atribuição dos incentivos institucionais é demasiado tardio, propondo que esteja concluído até ao final de março.

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