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05 abril 2024
06:15
Gonçalo Teles

Chamar um TVDE vai ser difícil: motoristas protestam esta sexta-feira e concentram-se na Avenida da Liberdade

Chamar um TVDE vai ser difícil: motoristas protestam esta sexta-feira e concentram-se na Avenida da Liberdade
Paulo Alexandre Santos
Protesto de 24 horas vai levar os condutores a desligar as aplicações: estão preocupados com a sustentabilidade, mas também com as despesas que têm e que não estão a ser compensadas pelo que ganham.

Ver a Avenida da Liberdade, em Lisboa, repleta de carros TVDE parados durante 24 horas em protesto será, se tudo correr como pretendem os organizadores da manifestação que está nas ruas esta sexta-feira, uma realidade. Os motoristas das plataformas TVDE cumprem uma paralisação de um dia, apoiada pela Associação Nacional Movimento TVDE (ANM-TVDE), vão desligar as aplicações em protesto e têm concentrações marcadas para Lisboa, Coimbra e Faro.

Na capital, há concentração marcada para as 7h00 à porta dos escritórios da Uber e da Bolt e, daí, os motoristas seguem por várias artérias, explicou a esta rádio o organizador do protesto em Lisboa, Carlos Cerqueira: "Vamos fazer um percurso pela cidade, pelo Rato, pela Alexandre Herculano, descer a Avenida da Liberdade, chegar aos Restauradores e subir novamente a Avenida da Liberdade." Chegados à avenida, vão parar por 24 horas - "e não é nas laterais, vai ser em frente ao antigo DN", até às 7h00 de sábado.

Os motoristas estão preocupados com a sustentabilidade do setor e com os valores das viagens, dizem que os percursos que fazem não justificam os gastos que têm e que se sentem explorados.

O presidente da ANM-TVDE, Vítor Soares denuncia que há "muita dificuldade", com motoristas saturados, a trabalhar 12 a 14 horas e desagradados com "os custos inerentes" à atividade sem que as plataformas os reconheçam.

Um dos problemas que enfrentam é o dinheiro que gastam para ir recolher os clientes, porque "muitas das vezes deparam-se com cinco, seis ou dez quilómetros de recolha para ir fazer um percurso de três quilómetros", o que os obriga a viagens mais longas e com custos "suportados pelos motoristas ou pelas empresas no desgaste dos veículos" e que não são "contabilizados pelas plataformas".

Além disto, as plataformas estão a cobrar, "como intermediárias", uma comissão de 25% sobre as viagens feitas e, pelas contas que vão sendo entregues à ANM-TVDE, muitas empresas estão a chegar "ao limiar da insolvência".

Os motoristas deixam ainda um apelo às autoridades que fiscalizam as estradas portuguesas, em especial a PSP e a GNR: querem maior atenção à documentação que é apresentada pelos motoristas. 

"Temos conhecimento de motoristas que utilizam o certificado de motorista de outro colega e que prestam serviços TVDE", avisa Vítor Soares.

A ANM-TVDE já pediu ao novo Governo uma reunião para discutir alterações à lei. Sem números oficiais, os representantes do setor acreditam que há 40 a 50 mil motoristas a trabalhar para estas plataformas, mas dizem que só elas conhecem o número verdadeiro.

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