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01 julho 2024
18:28
Redação / Agência Lusa

Espetáculo "Amália na América - Além do Fado" no Centro Cultural de Belém em setembro

Espetáculo "Amália na América - Além do Fado" no Centro Cultural de Belém em setembro
Augusto Cabrita - da capa de Ensaios (cortesia Valentim de Carvalho)
As atuações da fadista nos Estados Unidos servem de mote ao espetáculo.

As atuações de Amália Rodrigues nos Estados Unidos servem de mote ao espetáculo “Amália na América - Além do Fado”, a realizar no próximo dia 22 de setembro, no Centro Cultural de Belém (CCB), em Lisboa, anunciou hoje a organização.

O espetáculo “irá retratar a passagem da cantora pelos Estados Unidos, incluindo a interpretação de canções gravadas por Amália com temas da Broadway”, segundo comunicado hoje divulgado, na véspera de uma conferência pelo musicólogo Rui Vieira Nery, que contextualiza a presença da fadista nos Estados Unidos.

“Amália na América: Fado, Folclore e Broadway”, a conferência, realizar-se-á na terça-feira, às 18:30, na Fundação Amália Rodrigues (FAR), na antiga residência da cantora, atual casa-museu Amália, em Lisboa.

O presidente da FAR, Vicente Rodrigues, realça que “o repertório de Amália nos Estados Unidos combinava fados tradicionais, fados-canção de Frederico Valério, canções tradicionais portuguesas e sucessos da Broadway e de Hollywood. Em 1965, gravou dois álbuns: ‘Amália Canta Portugal’, com canções tradicionais orquestradas por Joaquim Luís Gomes, e ‘Amália na Broadway’, lançado em 1984, com temas do ‘Great American Songbook’".

Amália começou a atuar nos Estados Unidos em 1952, no clube noturno La Vie en Rose, em Nova Iorque, uma sala cujo cartaz também incluía nomes como Edith Piaf e Marlene Dietrich. As suas atuações na América tiveram continuidade no Hollywood Bowl, no Lincoln Center e no Carnegie Hall.

Em 1966, foi solista em concertos sinfónicos com as orquestras filarmónicas de Nova Iorque e de Los Angeles, apresentando cantigas tradicionais portuguesas e fados, e “recebendo grande aclamação”, refere Vieira Nery.

Em setembro, no palco do CCB, vão reunir-se mais de 100 artistas, acompanhados por uma orquestra de 83 músicos, três solistas, um maestro e 25 cantoras, adianta a organização.

Os temas escolhidos para o alinhamento são orquestrados pelos músicos e compositores Carlos Azevedo, Daniel Bernardes, Filipe Raposo, Pedro Duarte e Pedro Moreira.

No CCB, a Orquestra Sinfónica Portuguesa (OSP) será dirigida pelo maestro Jan Wierzba. Entre outros, o concerto contará com as participações dos cantores Cristina Branco, Raquel Tavares e Ricardo Ribeiro.

“Este é um projeto ambicioso, agregador de várias instituições de referência, que se edifica a partir de um dos principais nomes da cultura portuguesa do século XX. O notável legado de Amália Rodrigues reforça-se e renova-se neste nosso tempo, através da recriação de arranjos orquestrais que permitirão à OSP, também ela embaixadora da nossa identidade cultural, estabelecer-se como interlocutora nesta confluência entre o fado, a música erudita e os clássicos da Broadway”, afirma Conceição Amaral, presidente do conselho de administração do Organismo de Produção Artística (Opart), que tutela a OSP, citada pelo comunicado, sobre o concerto.

Rui Vieira Nery, por seu tuno, declara: “Amália tem um papel crucial na consagração do fado na cultura portuguesa e na sua universalidade. É um verdadeiro símbolo da nossa música tradicional e esta é uma justa homenagem ao legado que nos deixa”.

Amália Rodrigues (1920-1999) estreou-se em 1939, profissionalmente, no Retiro da Severa, em Lisboa. Em 1940 cantou em Madrid, ponto de partida de uma carreira internacional inédita que a levou a pisar diversos palcos do mundo, de Paris a Tóquio, passando por Nova Iorque, Rio de Janeiro e Roma.

O estudioso do fado Luís de Castro salientou à agência Lusa o facto de "Amália Rodrigues se ter tornado um ícone da cultura portuguesa e a sua grande divulgadora, através do fado e não só, além-fronteiras".

"Amália Rodrigues é, sem dúvida, a nossa maior intérprete", frisou.

A fadista, ao longo de mais de 50 anos de carreira, gravou fado, canções tradicionais portuguesas, 'rancheras' mexicanas, 'coplas' e flamenco, canções italianas e francesas, além de 'standards' norte-americanos, como "Who will buy", "Summertime" ou "Half as much".

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